- A versão que acabou ficando mais conhecida foi a que conta com a coreografia de Marius Petipá e música de Ludwig Minkus, mas esta não é a primeira versão do ballet. A primeira delas foi com coreografia de Joseph Mazilier com música de Edouard Delvedez.
- A estreia mundial da versão de Mazilier e Delvedez aconteceu dia 1º de abril de 1846 na atual Ópera de Paris e foi mantida como repertório de lá até 1851. Em 1847, Paquita foi encenada pela primeira vez na Rússia para o Ballet imperial de São Petersburgo por Marius Petipá e Pierre-Frédéric Malavergne, sendo a primeira obra que já foi encenada por Petipá na Rússia. Em 1881, Petipá produziu um avivamento do ballet, adicionando novas partes, especialmente compostas por Ludwig Minkus.
- O compositor e o coreógrafo da versão mais famosa deste ballet, Minkus e Petipá respectivamente, foram também da versão mais famosa de Don Quixote, o que torna os dois ballets muito parecidos.
- A coreografia de Mazilier na primeira versão foi feita para explorar as habilidades da bailarina Carlota Grisi, que já havia interpretado Giselle antes de forma brilhante. Seu partner foi Lucien Petipá, o irmão mais velho de Petipá, que interpretou o papel principal com seu próprio nome. O curioso é que os dois já tinham sido partners antes também em Giselle (ballet que também já tem post aqui).
- Em 1881, Petipá acrescentou uma coda de pas de trois de Paquita para o primeiro ato, o grand pas classique no primeiro ato, e a “Mazurka des enfants“, e um divertissement para o último ato, sendo este uma amostra do classicismo, contendo muito virtuosismo. A versão de Petipá de Paquita foi retido no repertório do Teatro Mariinsky até 1926. O ballet desapareceu de Paris na segunda metade do século XIX, mas na Rússia continuou a ser apresentado até o século XX. A coreografia de Mazilier acabou se perdendo e passou a ser conhecido como o Grand Pas de Petipá.
- Na virada do século XX, o Grand Pas Classique consistia em cinco variações quando executadas no ballet de corpo inteiro. A tradição de incluir uma miríade de solos clássicos começou em 1896, em uma apresentação de gala realizada no Palácio Peterhof com Matilda Kschessinskaya como Paquita, mas foi para a despedida do grande Enrico Cecchetti em 1902, no Teatro Imperial Mariinsky, que a tradição realmente começou. Cecchetti não era apenas um dançarino famoso, mas um professor querido e todas as principais bailarinas do Imperial Ballet queriam participar da gala para homenageá-lo. Foi decidido que no Grand Pas Classique, eles deveriam dançar suas variações favoritas de várias obras como uma espécie de “maratona de variações” para homenagear o Maestro Cecchetti. A partir de então, era tradição incluir um conjunto de solos no Paquita Grand Pas Classique, quando era apresentado como uma peça de gala e a tradição permanece intacta até hoje.
- Na versão de 1881 de Petipá e Minkus, a dupla de primeiros bailarinos foram a bailarina Ekaterina Vazem (para quem Petipá fez o grand pas classique) e Pavel Gerdt.
- O ballet também teve versões de George Balanchine, Danilova, Natalia Makarova, Oleg Vinogradov e Rudolf Nureyev, na qual Margot Fonteyn dançou com ele nos papéis principais. Houve também a de Pierre Lacotte para Ópera de Paris em 2001, revivendo a coreografia de Mazilier e as adições de Petipá, bem como algumas outras versões.
- Este ballet foi também fruto dos gostos exóticos do ballet romântico que prezavam por tons de outras culturas, característica essa também muito presente nos ballets de Petipá.
- Grandes bailarinas também fizeram o papel de Paquita como, por exemplo, Anna Pavlova na sua própria companhia de ballet e Natalia Osipova no Royal Opera House.