A Dança como arte e ensino para bailarinos

Não dançamos para competir. A dança é arte e não um esporte onde um tem que sair vencedor, porém dentro do processo de formação das escolas de dança, existe a prática da participação dos alunos em festivais de dança ou mostras de caráter competitivo. Essa prática deve ser bem orientada para que o entendimento e reação dos alunos não seja negativo.

Primeiro, é importante esclarecer o motivo pelo qual estamos competindo. Saber que ali o ganhar ou perder não devem estar em lados opostos. Podemos aprender algo quando ganhamos, mas também podemos aprender quando perdemos. O importante é que cada aluno busque melhorar as suas performances, aprimorar a técnica, adquirir experiência de palco e desenvolver a expressão artística. E tudo isso vem com a prática. Quanto mais praticamos, mais segurança teremos na execução.  Observamos que alguns alunos são excelentes em sala de aula, mas quando se apresentam no palco acabam deixando o nervosismo atrapalhar a sua performance. Nesse aspecto, a participação em festivais pode ser uma boa estratégia para esses alunos adquirirem autoconfiança e maturidade cênica. Além disso, visamos a motivação e entusiasmo dos alunos para a prática da dança, afinal, quem não gosta de receber aplausos?

Para orientarmos bem esses jovens bailarinos, é essencial mostrar a importância de termos resiliência. O momento de perder deve ser enfrentado de forma positiva. O aluno deve entender que nesse momento a competição deve ser consigo mesmo e que o importante é buscar melhorar a sua técnica para uma próxima oportunidade. Outro aspecto a ser mencionado é em relação à família. Os professores, educadores devem orientar não só os alunos, mas também a mãe, o pai ou quem mais estiver acompanhando esse processo.

Evitar comparações é fundamental.  Só que muitas vezes, esse tipo de atitude parte de alguém da família. As comparações são muito prejudiciais para autoestima tanto de crianças como para adolescentes e adultos. Cada bailarino é único e apresenta características próprias, não precisando ser comparado com ninguém.

Assim, acreditamos que, de forma saudável, conseguimos preparar nossos alunos para a formação profissional e um futuro na carreira artística, mas lembramos que tudo começa na sala de aula. As aulas serão sempre mais importantes do que qualquer competição. É ali que o aluno realmente aprende e se aprimora. Os festivais são apenas outro recurso de aprendizado e novas experiências.

E para concluir, esperamos que os festivais tenham realmente esse propósito relacionado ao aprendizado e não da destruição de sonhos. Para evitar algum tipo de frustração, é aconselhável iniciar a prática em mostras competitivas mediante de festivais menores e posteriormente em festivais maiores.  Assim, o aluno terá oportunidade de perceber o seu crescimento e adquirir postura positiva diante das competições em dança.

 

Por: Nelma Darzi (Diretora artística da Escola de Dança Petite Danse)

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