Para comemorar o Dia Internacional da Música, celebrado dia 2 de outubro, veja como esta expressão artística é um reflexo dos nossos pensamentos e modo de viver
Estudos indicam que a atividade musical existe há mais de 100 mil anos e é fascinante imaginar o tamanho do salto evolutivo que a nossa espécie desenvolveu ao longo do tempo com as diversas formas de expressão. Imitar os sons da natureza para afastar inimigos, entoar a voz para a cura de um guerreiro machucado e convidar para um acasalamento foram algumas das primeiras funções das entoações tonais e movimentos corporais.
Com o tempo, as sonoridades dos povos se desenvolveram em ritmos complexos junto da fala, bastante ligadas aos gestos de dança e rituais e atualmente podemos apresentá-las em celebrações religiosas, confrontos esportivos e entre outros. Outra ação muito relevante no desenvolvimento das sociedades foi a contação de histórias. Lendas, mitos e seus resquícios no folclore mostram aos tempos modernos a sabedoria dos tempos antigos e nossas maneiras de ver a vida. Portanto, não é de se estranhar que nós, aqui de camarote nos tempos modernos, ficamos apaixonados ao assistir teatro, óperas, balés, teatro musical nos diversos estilos e gêneros musicais, como o rap.
Foi a partir da Idade do Bronze, aproximadamente cinco mil anos atrás, que começaram a desenvolver a metalurgia e é onde data-se o nascimento dos instrumentos musicais mais tecnológicos como a trompa, a lira e a harpa. O que ouvimos hoje numa banda ou orquestra com pandeiros, violinos, fagotes e guitarras elétricas, bem como os DJs, são retratos da história dos povos e principalmente da natureza disponível e o que fazemos com ela.
Durante muito tempo, filósofos tentaram explicar a importância da música e é verdade que os sensos de estilo e estética nos influenciam muito e que, de fato, são reflexos dos nossos pensamentos. Como cidadãos, somos expostos a diversos ambientes e sofremos interferência constante pelos sons que ouvimos, pela paisagem que vemos e pelo inconsciente coletivo. Ao passo que vamos crescendo e fazendo nossas escolhas pessoais, isso se refletirá no nosso modo de viver e no que almejamos alcançar. Com o tempo e o amadurecimento pessoal, nossos gostos vão se transformando e podemos perceber uma parcela desta mudança pela arte que essa pessoa produz.
Assim sendo, a música e a dança são retratos da civilização mundial, com elas somos capazes de criar atmosferas e gerar convívio entre os povos junto de seu capital intelectual e suas culturas em prol de um mundo melhor de se viver. Espero que depois de ler este artigo você possa ser cativado pelos sons dos passarinhos, do bater do seu coração e que deseje ilustrar, com muita música, sua expressão mais amorosa. Feliz Dia Internacional da Música!
Minhas dicas de livros para as mentes curiosas:
– O Guia Visual Definitivo da Música, da PubliFolha
– Alucinações Musicais, de Oliver Sacks
– O Almanaque do Samba, de André Diniz
– Descobrindo a Orquestra, Edições Usborne
Escrito por: Alessandra Quintes
Alessandra Quintes é cantora, atriz, preparadora vocal e professora de música do curso profissionalizante da Petite Danse. Pós-Graduanda em Canto Lírico pelo Coletivo Das Artes, Bacharela em Canto e Licenciada em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.