A importância do autocuidado na vida do bailarino

Para os bailarinos que desejam seguir carreira profissional é indispensável se responsabilizar por sua saúde e desempenho na dança

Olá! Estou de volta e hoje vou trazer uma reflexão muito importante sobre autonomia.

Desde a época em que eu fui professora de ballet na Petite Danse sempre tive o cuidado de educar minhas alunas para que tivessem autonomia sobre seus cuidados – eu começava a ensiná-las desde pequenas a fazerem seus coques sozinhas. Dizia a elas que preferia um coque ruim feito por elas do que um coque lindo feito pelos responsáveis.

Enquanto o aluno está na escola, ele está sob cuidado e orientação dos professores que o lembram do que precisa ser feito. Mas o quanto antes o aluno for educado acerca dos autocuidados, por exemplo, sobre ter uma alimentação saudável, melhor será para sua própria formação.

Já ouvi de bailarinos que se profissionalizaram, que a transição entre a escola e a companhia era uma grande mudança, porque a partir daquele ponto era “com você mesmo”! Em uma cia, os bailarinos chegam antes para se aquecerem, buscam os fisioterapeutas, a preparação física, a manutenção do corpo nas férias e até estudam para melhorar seu rendimento.

Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com a fisioterapia, certo?

Na fisioterapia também é assim, um paciente deve fazer parte do processo. De que forma? Fazendo os exercícios recomendados pelo fisioterapeuta, comparecendo aos atendimentos com frequência, reorganizando rotinas, atividades e gestos, seguindo as orientações do tratamento; por exemplo: “Vamos trocar a corrida na esteira por bicicleta por tanto tempo”.

Não adianta o tratamento acontecer dentro da clínica se o paciente não colabora durante os momentos em que ele não está sob supervisão do fisioterapeuta. O engajamento do aluno nos cuidados com seu corpo e sua rotina são importantes para que ele aprenda a gerenciar e a cuidar de si, e, também, estar envolvido e responsável pelo resultado.

Se sua dieta não funciona, pode não ser somente falha na prescrição da dieta. Se a fisioterapia não está dando resultado, pode não ser somente falha no tratamento. Se você não está melhorando a sua performance, pode não ser somente falha na prescrição da preparação física.

Antes que a lesão possa acontecer, tem uma rotina de autocuidados que o aluno pode cumprir, como fazer um aquecimento apropriado antes das aulas, ensaios e espetáculos, ao invés de chegar em cima da hora ou esperar pelo aquecimento do professor. Ele pode buscar uma preparação física individualizada, cuidar da qualidade dos seus sapatos de ponta e do processo de recovery.

O aluno precisa ser educado e informado sobre como cuidar de si, e para que ele se envolva no processo deve haver um acordo, ou seja, ele deve acreditar que o que está sendo proposto é bom para ele.

Quando um aluno está machucado, educá-lo de forma que ele pode atuar na própria recuperação é um diferencial. Por exemplo, fazer as compressas de gelo é responsabilidade dele, assim como: fazer o repouso relativo pedido, manter uma boa alimentação e fazer os exercícios indicados pelo fisioterapeuta ou pelo preparador físico; que também são sua responsabilidade.

Essa é a realidade dos profissionais de dança!

Quando essa transição é bem feita, entre a rotina do aluno, que é supervisionado e guiado por seus mestres, e a rotina de um profissional independente que não tem mais o professor para ficar lembrando-o do que deve ser feito, as chances dele ter uma carreira mais segura e sólida aumentam!

Escrito Por: Carol Lima

Bailarina formada pela Escola de Danças Maria Olenewa e Fisioterpeuta com especializações em Pilates e RPG. Lecionou Ballet Clássico por 17 anos na Escola de Dança Petite Danse. Criadora do curso de Anatomia da Dança e  trabalha com fisioterapia especializada em bailarinos.

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