Saúde na Dança: as lesões na vida do bailarino

Ter uma vida saudável gera diversos benefícios para um bailarino, pois melhora seu desempenho e previne lesões

A dança é um caminho que busca mais saúde para sua vida e o corpo que dança precisa ser saudável para que se exercite por mais tempo. Esse tem sido o caminho dos meus estudos, entender como posso promover cada vez mais saúde para os bailarinos. Por isso, em conjunto com a Petite Danse, trarei para essa coluna assuntos sobre a saúde na dança.

Muitos artigos relacionam a incidência de lesões a diversos fatores, que vão desde o nível de performance que se exerce na dança, alimentação, qualidade técnica, caraterísticas físicas individuais do bailarino, até o nível de vitamina D de cada organismo. Ao estudar e pesquisar sobre o assunto, percebi que a qualidade da técnica dos alunos é um fator relacionado à lesão dos estudantes de dança e não dos bailarinos profissionais.

Reconhecemos que há muitos aspectos da dança que são emocionalmente desafiadores, como a busca pela perfeição, a relação com a tolerância da dor e a busca por um padrão estético. E pensar na saúde não significa apenas pensar no aspecto fisiológico e musculoesquelético, precisamos ter ambientes mais saudáveis de uma forma geral.

A saúde do bailarino engloba aspectos físicos, assim como mental e emocional que devem estar interligados e equilibrados. Cuidar da forma como você vê o seu corpo, sua relação com a alimentação, autoestima, confiança e felicidade são tão importantes quanto o trabalho de preparação física, de como melhorar o en dehors, força ou flexibilidade.

As lesões nos estudantes de dança começam a aparecer em torno dos 10 aos 13 anos, quando os alunos costumam ter um aumento da carga horária semanal, um avanço na técnica da dança, introdução aos sapatilhas de ponta e o estirão de crescimento. O aumento da demanda física, combinado com a desorganização temporária que o corpo passa nesse período são responsáveis pelas lesões dessa faixa etária, tais como as fascites plantares, dor nos joelhos e tíbia, tendinopatias no Aquiles ou Flexor Longo do Hálux.

Para os bailarinos mais adiantados e os que já têm uma carreira profissional, as lesões estão mais relacionadas ao overuse, que é provocado pelo uso excessivo ou inadequado de determinada parte do corpo, e até processos degenerativos devido à exigente rotina de um bailarino pré-profissional e profissional.

O que é saudável para um dançarino pode não ser para o outro, tanto no tratamento quanto na preparação física. Por isso, devemos avaliar e respeitar as características individuais dos bailarinos e alunos que geram uma melhora na saúde e na performance do dançarino. Além de respeitar as angulações das articulações do corpo, promover um equilíbrio nas características físicas e habilidades.

Não é só o profissional da área da saúde, como o fisioterapeuta ou o educador físico, que participam da promoção da saúde dos bailarinos. Esse é um processo que deve envolver o próprio bailarinos através de um ótimo programa de educação e informação sobre os cuidados essenciais com sua saúde. Também precisa mobilizar professores, diretores, ensaiadores e a família. Cada um na sua esfera, mas todos unidos no mesmo objetivo.

Escrito Por: Carol Lima

Bailarina formada pela Escola de Danças Maria Olenewa e Fisioterpeuta com especializações em Pilates e RPG. Lecionou Ballet Clássico por 17 anos na Escola de Dança Petite Danse. Criadora do curso de Anatomia da Dança e  trabalha com fisioterapia especializada em bailarinos.

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