Oi pessoal, aqui quem escreve é a Juliana Xavier, aluna da Petite Danse e também criadora do Tutu da Ju!
Semana passada aconteceu o Prix de Lausanne, na Suíça, e é sobre esse grande festival que vamos falar aqui! Eu nunca participei dessa competição, mas hoje ela é uma das mais importantes que temos hoje no mundo!
E se você é apaixonado pela dança assim como eu, você poderia ter acompanhado esse grande evento ao vivo pelo site deles, que é: https://www.prixdelausanne.org. A final foi no último sábado, dia 9 de fevereiro de 2019; então, se você não conseguiu acompanhar ao vivo, você pode assistir pelo Youtube (https://www.youtube.com/user/PrixdeLausanne) ou ainda pelo Facebook (https://www.facebook.com/PrixdeLausanne/) do festival que todos os vídeos estão lá!
A sua importância se justifica, porque além de permitir o contato do bailarino participante com outros bailarinos de milhares de lugares diferentes do mundo, conhecendo diferentes culturas através da dança, também permite que conheça grande profissionais de renome internacional, além de ser avaliado e treinado individualmente. Além disso, para os vencedores é dada a oportunidade de ver a sua carreira na dança deslanchar, pois são oferecidas bolsas para estudar ballet nas melhores escolas do mundo com a possibilidade de serem contratados. Não é um máximo?
Então, a partir de agora, vou contar para você um pouquinho da história do Prix, de como fazer para participar, dos seus objetivos e um pouco da participação da Escola Petite Danse neste grande festival.
1. A história do Prix
O Prix começou a tomar forma na primavera de 1972 ao lado de uma piscina em Cannes quando Philippe Braunschweig, sua esposa Elvire e Rosella Hightower estavam animadamente discutindo seu novo projeto: o lançamento da primeira competição para jovens dançarinos, marcada para 1973.
Assim, no verão daquele ano, Philippe Braunschweig foi a Londres para solicitar o apoio da Royal Ballet School. Seu encontro com Michael Wood, diretor da companhia, foi decisivo; sem ele o Prix de Lausanne não teria acontecido.
O primeiro Prêmio aconteceu como planejado, de 19 a 21 de janeiro de 1973, no Théâtre municipal de Lausanne. Rosella Hightower presidiu com sucesso o júri. Duas bolsas foram oferecidas, juntamente com 5.000 francos em dinheiro.
No ano seguinte, porém, as coisas não ocorreram tão bem: o local se tornou pequeno, o júri não tinha critérios de seleção suficientemente claros e os espectadores ficaram impacientes enquanto aguardavam os resultados finais.
Em 1975, o evento cresceu e encontrou um novo desafio: o Prix estava começando a encontrar seu ritmo, expandir e afirmar sua identidade. Naquele ano, por iniciativa de Marc-Antoine Muret, a competição aconteceu no Théâtre de Beaulieu. Um sistema de avaliação eficaz foi introduzido para o júri, que foi ampliado de sete para onze membros; e prêmios adicionais foram introduzidos como um complemento às bolsas (um prêmio para o melhor competidor suíço e um prêmio para a melhor coreografia pessoal). Nos anos seguintes, o Prix de Lausanne começou a se estabelecer dentro do mundo da dança, em grande parte graças à rigorosa linha artística imposta pelo júri e cultivada por Elvire Braunschweig, bem como à efetiva organização demonstrada no planejamento e na execução do mesmo.
Várias inovações foram sucessivamente adotadas. Por exemplo a transmissão ao vivo, que acarretou na preocupação de levar em conta a diversidade dos candidatos e de se ajustar continuamente à evolução da dança; a criação de um prêmio de dança contemporânea; a introdução de um coaching individual para estimular cada candidato e prepará-los para as variações clássicas nos aspectos artísticos e não apenas na técnica.
Ao longo dos anos, o Prix cresceu em escala e significância em todas as áreas. O número de candidatos aumentou em cada edição, de apenas trinta em 1973 para cerca de duzentos participantes anos depois. De apenas um pequeno grupo de escolas oferecendo bolsas no primeiro ano, há agora quase trinta.
Com o objetivo de melhorar a imagem internacional do Prix, começaram a levá-lo para o exterior. Nova York em 1985, Tóquio em 1989 e Moscou em 1995: em dez anos, a competição passou por três grandes viagens ao exterior.Cada um foi baseado na mesma fórmula, com rodadas selecionadas para a semi-final realizada em Lausanne para os candidatos europeus, enquanto as mesmas etapas ocorreram em paralelo nas cidades-sede.
Hoje o Prix de Lausanne ainda ocorre durante uma semana uma vez por ano e quando ocorre você pode acompanhar tudo pelas mídias sociais!
2. Objetivos do Prix
Já que a carreira de bailarino é muito curta, a diretoria do Prix decidiu que somente iria participar do evento as companhias e escolas que permitissem aos jovens bailarinos selecionados a continuidade da sua educação básica.
Então foram definidos os objetivos do Prix de Lausanne:
- revelar o potencial de jovens bailarinos excepcionalmente talentosos de todo o mundo, fazendo-os atuar perante um júri de personalidades de dança de renome mundial;
- abrir as portas para as melhores escolas e companhias do mundo para eles, fornecendo bolsas de estudos para as escolas e companhias internacionais mais prestigiadas;
- promover a educação escolar (a carreira de um bailarino dura pouco: de 18 a 38 anos), garantindo que eles obtenham um diploma de ensino médio que facilitará a transição de sua carreira;
- preservar a saúde dos bailarinos, aplicando uma política de saúde rígida: os hábitos alimentares e o índice de massa corporal são examinados antes da competição.
3. Como Participar do Prix
Poderão participar do Prix, alunos de ballet entre 15 e 19 anos que deseja se tornar um bailarino profissional (eu li no regulamento do Prix deste ano que poderiam participar os alunos de ballet nascidos entre o dia 9 de fevereiro de 2000 e o dia 9 de fevereiro de 2004).
Jovens bailarinos de todo o mundo enviam um vídeo para Lausanne. O Comitê Artístico seleciona no máximo 75 candidatos para participar da competição. Durante a semana em Lausanne, os candidatos são julgados durante uma aula de dança e individualmente no palco com uma variação clássica e um solo contemporâneo.
Vinte candidatos chegam às finais e entre 6 e 8 recebem uma bolsa de estudos. O Prix de Lausanne organiza a transferência dos vencedores para uma de suas escolas ou companhias parceiras e monitora seu desenvolvimento durante o ano da concessão (acomodação, saúde, educação, perspectivas de carreira, etc.).
Os candidatos não selecionados para as finais participam de uma aula de audição vista pelos diretores da escola e da companhia. Todos os participantes têm a oportunidade de serem vistos e entrar em contato com personalidades-chave do mundo da dança.
4. A Petite no Prix de Lausanne
A Petite Danse já teve 5 ex-alunos que participaram do Prix de Lausanne:
- Mayara Magri, em 2011, que conquistou sua vaga na seletiva do Prix, ganhando melhor bailarina em Joinville (hoje essa possibilidade não existe mais; o Festival de Joinville não oferece mais essa premiação), ganhando bolsa para o Royal Ballet. Atualmente ocupa o cargo de primeira solista do Royal;
- Leticia Dias, em 2013, na categoria junior, que recebeu a 4a bolsa de estudos e optou ir para o Royal. Ela foi a única menina a ganhar bolsa de estudo naquele ano. Hoje, Leticia ainda é bailarina do Royal;
- Juliana Paiva, também em 2013, na categoria senior, que não chegou à final. Atualmente ela não é mais bailarina;
- Jonatas Soares, em 2017, recebendo 3 bolsas de estudos, optando pelo program de Treinee do Dutch National Ballet da Holanda. Lá ele ficou por um ano, voltou para o Brasil e foi para Cuba, para ingressar no La Costa Danza;
- Denilson Almeida, também em 2017, ficando entre os 20 finalistas, ganhando o prêmio do público e recebeu 7 bolsas de estudos, optando também pela bolsa do Royal.
Neste vídeo do canal do YouTube da Petite, a Renata mostra mais sobre isso: