Entendendo como Laban anotava e criava coreografias

A dança sempre resistiu a registros, mas tem havido muitas tentativas dos mestres de ballet ao longo dos séculos.

Dentre algumas dessas tentativas de registros coreográficos, temos a de Rudolf Von Laban, um professor de dança moderna, que em 1926 estabeleceu o Instituto Coreográfico na Alemanha, onde pesquisa de notação de dança eram os focos principais. Labanotation, um sistema descrito e publicado em 1928, é um método amplamente reconhecido ainda em uso.

O outro sistema principal é Benesh Movement Notation, também conhecido como coreologia, inventado por Joan e Rudolf Benesh e estabelecido em 1955 em Londres. Ele é usado no Royal Ballet e muitos outros. Mas não iremos entrar em detalhes neste método neste post.

Por mais crucial que seja a notação, é nas memórias dos próprios dançarinos que a coreografia é mais fielmente preservada. Tradicionalmente, os passos de dança são passados ​​de uma geração para a próxima pessoalmente. Hoje, o vídeo também é um ótimo recurso. Mas Laban, Benesh e o vídeo chegaram tarde demais para salvar um dos mais importantes balés de todos os tempos: o Rito da Primavera, de Nijinsky. Embora o Joffrey Ballet apresente uma excelente reconstrução com base no pouco que resta, está perdido.

Labanotation é o método de notação coreográfica criado por Laban e, embora Laban tenha sido um professor de dança modera, seu método ainda é muito usado até hoje em várias modalidades de dança.

 

Acima temos a Labanotation da variação das Bodas de Aurora de Petipá. Uma das características da Labanotation usa símbolos abstratos para definir a direção e nível do movimento, a parte do corpo fazendo o movimento, a duração do movimento e a qualidade dinâmica do movimento.

As formas dos símbolos de direção indicam nove direções diferentes no espaço e o sombreado do símbolo especifica o nível do movimento.

Cada “símbolo de direção” indica a orientação de uma linha entre os pontos proximal e distal de uma parte do corpo ou de um membro. Isto é, “os sinais de direção indicam a direção para a qual os membros devem se inclinar”. Os símbolos de direção são organizados em três níveis: alto, médio e baixo (ou profundo).

 

Laban não tinha o intuito de se contrapor a nenhuma das modalidades de dança existentes. Até por isso que o seu modelo de notação coreográfica é usado por outras modalidades de dança. Sua fonte de pesquisa era a importância de compreender o movimento humano e a sua influência no mundo cotidiano. Ele viveu na época da industrialização, época de profunda automatização dos movimentos humanos, a tendência era aniquilar o indivíduo e a sua relação com o movimento. Ele desejava, então, acordar o corpo humano para a vivência, para a memória, corpo esse que estava morto na sua visão.

 

Ele procurava que o bailarino entrasse num estado que experimentasse uma profunda entrega e se desconectasse da forma e da aparência externa. Esse estado foi denominado por Laban de ESTADO DE ÊXTASE.

 

O tamanho do movimento proposto por Laban tinha em relação à Cinesfera, a esfera em volta do corpo do dançarino onde ele se move. Compreendemos a Cinesfera percebendo o alcance dos membros e outras partes do corpo quando se esticam para longe do centro do corpo, em qualquer direção. Laban aprofunda bastante o estudo da Cinesfera, mas este aprofundamento não será objeto desse post.

 

Laban nos ensina apenas uma de muitas formas que podem existir de criar coreografias. Se você quer saber outros aspectos que também podem ajudar a coreografar, participe da nossa semana de composição coreográfica, que é uma série de três vídeos que está acontecendo essa semana. Basta clicar aqui.

 

 

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