A História do Royal Ballet

Nos dias atuais, o Royal Ballet de Londres se tornou uma das maiores companhias de dança do mundo. Hoje então, falaremos um pouco da história do seu nascimento, que se deu principalmente graças à Ninette de Valois e outros grandes nomes do ballet.

Primeiramente, começando mais resumida, essa história do nascimento do Royal Ballet pode ser contada da seguinte forma: no século XVIII, muitas cortes europeias seguiram a França e mantiveram suas próprias companhias de ballet. Entretanto, não foi até o século XX que o Reino Unido adquiriu uma companhia de ballet nacional, graças à visão de Ninette de Valois. Após dançar com o Ballets Russes de Diaghilev por dois anos, ela abriu “The Academy of Choreographic Art (com a grafia do século XVIII) em Londres em 1926. Seus alunos dançaram em apresentações ocasionais de ópera no teatro “The Old Vic”e, quando Lilian Baylis reabriu o “Sadler’s Wells Theatre” in 1931, de Valois mudou sua escola para lá. Os bailarinos, então, dançaram em ambos os locais e por isso foram chamados de “Vic-Wells Ballet” e “The Vic-Wells School”. Em 1940 e 1941, ficaram conhecidos por “Sadler’s Wells Ballet and School”.

Ninette de Valois e Frederick Ashton criaram trabalhos especialmente para a companhia, desenvolvendo um estilo inglês que seria reconhecido por uma limpeza nos trabalhos de pés e movimentos líricos. O Sadler’s Wells Ballet se tornou residente no Royal Opera House após a Segunda Guerra Mundial e reabriu como “Covent Garden” como um teatro lírico em 1946 com o ballet A Bela Adormecida, contando com Margot Fonteyn como a princesa Aurora.

O Sadler’s Wells se tornou a casa de uma segunda companhia de ballet, o “Sadler Wells Theatre Ballet”, em 1946, e no ano seguinte se mudou para o oeste de Londres. Uma carta real foi concedida em 1956 e as companhias se tornaram o Royal Ballet e o Sadler’s Wells Royal Ballet (que mais tarde passou a se chamar Birmingham Royal Ballet quando se mudou para Midlands em 1990). A escola também recebeu status real. Em 2003, os superiores da Royal Ballet School mudaram-se para Covent Garden, ligados a suas contrapartes adultas no The Royal Ballet por uma ponte, e realizando o sonho de Ninette de Valois de ter a escola e a companhia em um só lugar.

Indo um pouco mais a fundo nessa história, a Inglaterra deve sua grandeza no ballet a duas mulheres: Marie Rambert e Ninette de Valois.

Marie Rambert, apesar de seu nome parecer francês, na verdade, nasceu na Polônia, treinando primeiramente no “Eurythmy” de Émile Jaques-Dalcroze, se juntou ao Ballets Russes de Diaghilev  para amparar Vaslav Nijinsky a coreografar A Sagração da Primavera, já que a música do ballet, que era de Igor Stravinsky era de uma contagem tão difícil de se montar uma coreografia. 

No início dos anos 1920 ela fundou o “Rambert Ballet School” como uma boutique elegante de uma companhia de ballet onde Frederick Ashton e Antony Tudor começaram. Foi chamado de Ballet Club, Ballet Rambert, e agora é uma grande companhia de dança contemporânea.

Ninette de Valois, nascida na Irlanda, também dançou para Diaghilev e fundou uma companhia e escola; seu grupo evoluiu do Vic-Wells Opera Ballet até Sadler’s Wells Ballet, e finalmente até o Royal Ballet (e também o atual Birmingham Royal Ballet). De Valois, como coreógrafa, encomendou meticulosas novas versões dos clássicos do século XIX.

Ela acreditava que um bom repertório deveria ter um equilíbrio entre os obras tradicionais clássicos românticas e duradouras, as obras modernas, as obras correntes de interesse tropical e as obras nacionalistas, usando as tradições folclóricas da Inglaterra. Frederick Ashton foi o seu aliado perfeito. Juntos criaram um estilo de companhia que unia rigorosa aprendizagem e trabalho de corpo, lirismo suave e fortes instintos narrativos.

A partir de 1935, Ashton criou ballets para a companhia mais notavelmente para uma talentosa jovem bailarina, chamada Peggy Hookham, que em breve seria chamada de Margot Fonteyn. Margot Fonteyn sucedeu Alicia Markova como primeira bailarina.

Durante a Segunda Guerra Mundial o grupo lidou com apagões, ataques aéreos e perda de seus homens, incluindo Ashton, para o recrutamento. Mas eles se apresentaram ainda assim, às vezes fazendo três shows aos sábados. A companhia mudou-se para a Royal Opera House, recentemente reaberta, em Covent Garden, em 1946, com uma produção marcante de A Bela Adormecida. Esta mesma produção, com Fonteyn como uma brilhante princesa Aurora, fez um estrondoso sucesso em Nova Iorque em 1949. O prefeito William O’Dwyer elogiou de Valois depois de um estrondoso aplauso!

Com Margot Fonteyn como sua musa, Ashton produziu ballets que celebravam o estilo e a sensibilidade ingleses, incluindo Variações Sinfônicas e Scènes de ballet. Cinderela (1948), a primeira obra original de Ashton, foi feita com Moira Shearer, do The Red Shoes (Fonteyn não dançou porque estava lesionada), e o próprio Ashton foi talvez a mais hilária e feia meia irmã de todos os tempos. Ondine, 1958, mostrou qualidades brincalhonas de Fonteyn no papel de uma ninfa aquática.

A versão de La Fille Mal Gardee de Ashton para o Royal Ballet, contando com Nadia Nerina no papel principal também foi um grande sucesso e é bastante conhecida até hoje.

Ashton assumiu em 1963 e presidiu a empresa por sete anos. Ele foi sucedido por Kenneth MacMillan e depois por Anthony Dowell. Um excelente dançarino, Dowell foi um exemplo do estilo da empresa: pura, elegante, modesta. Com Antoinette Sibley ele formou outra das grandes parcerias do Royal Ballet. Os balés escuros e psicológicos de MacMillan, especialmente Romeu e Julieta, influenciaram fortemente a empresa.

Sob os diretores subseqüentes Monica Mason e Kevin O’Hare, o repertório do Royal Ballet expandiu-se para incluir trabalhos inovadores de Wayne McGregor, Liam Scarlett e Christopher Wheeldom. Entre as principais bailarinas da companhia no início do século XXI estão Darcey Bussell, Zenaida Yanowksy, Tamara Rojo e a delicadamente brilhante Alina Cojocaru.

Hoje o Royal Ballet de Londres conta com dois de nossos ex-alunos na sua companhia; Mayara Magri e Letícia Dias e um no Royal Ballet School; o Denilson Almeida. E através de toda essa história conseguimos entender porque essa companhia de dança se tornou uma das maiores do mundo.

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