Sabemos que para ser uma bailarina profissional requer uma enorme quantidade de treino, por isso o post de hoje será sobre a ciência por trás do funcionamento do cérebro para alcançar a excelência nesses treinos.
Neuroplasticidade, nos mais simples termos, se refere à habilidade do cérebro em se adaptar e mudar em função da prática e do ambiente em que está exposto. Quando o bailarino está começando a aprender os passos é bom estar bem perto do coreógrafo para que assim possa marcar o que ele está criando e os movimentos que ele quer.
O neurônio motor é um nervo celular que controla os movimentos do corpo, então ele é tipicamente encontrado em certas áreas do cérebro chamadas córtex. Logo, a habilidade de executar um movimento de dança é controlada por neurônios motores.
Neurônio espelho é uma classe particular de células cerebrais que se ativa em ambos os casos: tanto quando você realiza uma ação, quanto quando você observa essa mesma ação. Então, por exemplo, se eu mexo meu dedo para baixo e para cima, certa parte do meu cérebro está causando este movimento, mas também age em certa parte do seu cérebro para que ele esteja ativo a esses movimentos. Logo, se você está interessado em aprender um novo passo de dança, você poderia simplesmente observar alguém executando esse movimento e isso ativaria o seu cérebro tanto quanto se você estivesse executando.
O cérebro de uma bailarina mudou significativamente de quando ela dançou pela primeira vez até se tornar uma bailarina profissional. Esse processo é chamado automaticidade. O processo de aprender e compreender se torna completamente incorporado nos processos psicológicos e no controle motor.
Experts ou atletas de elite não nascem com um cérebro superior, com uma cognição superior ou com um sistema superior de memória e não há diferença entre ser uma pessoa mais jovem e qualquer outra pessoa. Mas, como uma função ou uma consequência da prática consistente e da experiência dentro de um domínio específico, se nota adaptações cognitivas no cérebro. Então, se os seus músculos se adaptam através do treino, o seu cérebro também se adapta.
Pode ser trabalhoso para o cérebro quando você está começando a aprender uma nova coreografia e leva tempo para tê-la no corpo e se sentir confiante com isso, mas uma vez que isso acontece, você sabe que pode executar bem no palco.
Vimos como o cérebro pode suportar a performance física da bailarina, mas também devemos considerar o desempenho psicológico e como isso pode ter impactado a dança.
Dançar definitivamente pode ser estressante quando estamos no palco e nos sentimos nervosos ou quando apenas sentimos a pressão que colocamos em nós mesmos.
Respirar bem nos dá a vantagem de dançar bem e nos faz compreender como respirar bem é um aspecto chave para se tornar um bom bailarino. Começar com a respiração do diafragma, você irá assumir uma posição confortável colocando as suas mãos nas suas costelas na altura do seu diafragma. Inspire lentamente, deixe o seu estomago relaxar para que isso aperte seus músculos e deixe o ar sair lentamente pelas suas narinas e então o seu diafragma retorna à posição de relaxamento.
Conversar consigo mesmo é uma estratégia psicológica que um atleta ou artista pode usar. Essa conversa pode ter dois tipos: uma conversa interna instrutiva, que pode ser conversar com você mesmo através de uma rotina particular; ou também uma conversa interna motivacional para levantar a si mesmo.
Sabemos que sempre temos essa voz dentro da nossa cabeça. Mas você pode realmente controlar essa voz para que a conversa interna possa realmente entrar e se tornar importante, especialmente quando alguns de nossos pensamentos são um pouco irracionais. Por exemplo, você pode pensar que irá falhar se não fizer tal passo bem feito. Então, é sobre como a chave pode incorporar algo como aceitação, e então, dizer “ok, eu cometi um erro, eu não estou feliz com isso, mas eu sei que eu posso fazer melhor numa próxima vez” ou “não há nada de errado em cometer erros”. Trata-se de distinguir pensamentos que são úteis e os que são irracionais como “eu preciso ter medo do palco”.
Na noite antes do espetáculo é bom visualizar a dança. Pesquisadores dizem que a visualização é bastante similar ao processo de executar os passos da coreografia. Muitos atletas usam imagens na sua prática num tipo de rotina, bem como um tipo de treinamento. Um dos exemplos desses atletas é Michael Phelps, o nadador. Ele começou a usar a técnica da visualização numa idade muito jovem para as competições.
O que é importante lembrar é que use todos os seus diferentes sentidos. Portanto, não se trata apenas de visão, mas também de toque, o que você ouve e talvez o cheiro que você pode sentir. Se pode visualizar tudo: o figurino que você está usando, o cabelo, a maquiagem, escutar a música, e ver você mesmo dançando exatamente como você quer fazer no grande dia.
Então, uma das coisas importantes quando pensamos em desenvolver estratégias psicológicas é realmente essa ideia de autorreflexão. Portanto, não se trata apenas de fazer essas habilidades, mas também de pensar em quando você realmente trabalhou. Identificar talvez as situações críticas de quando você sentiu essa ansiedade de desempenho e depois refletir como pode melhorar isso e também o que deu certo e como você pode usá-lo nas performances subsequentes. Porque isso pode nos ajudar, por exemplo, a nos tornar mais confiantes.
Existem muitos benefícios na dança. É benéfico em termos de envolver outros tipos de ambiente social ao seu redor e também há os benefícios físicos. Ou você está prestes a saltar e isso pode ajudar com algumas emoções positivas que você pode experimentar, além de tanta emoção, mas também a adrenalina no final dela e você está aprendendo uma nova coreografia. Então você também está meio que mantendo seu cérebro envolvido.
Dançar é definitivamente divertido, às vezes estressante nos processos dos ensaios, mas estar no palco supera todo o resto.
Gostou desse tema? Para entender melhor, assista o vídeo do Royal Ballet que fala sobre isso!